A Renova é conhecida como a criadora do papel higiénico preto, ligado ao Renova Green. Recentemente criou outros produtos usando esta mesma ideia. Entre eles está o papel higiénico vermelho vivo, cor-de-laranja, cor-de-rosa ou verde alface, aromatizados.
A Renova Green é uma linha de produtos ecológicos 100% reciclados e bio. Segundo, Paulo Silva, presidente da Renova, é um produto de qualidade em que, a presença de fibras virgens de eucalipto (fibras longas) e de pinheiro (fibras curtas), conferem alguma elasticidade e resistência, sem que, o uso do produto final, traga problemas em termos ambientais. Também para este efeito, as tintas, que dão cor aos rolos, são devidamente tratadas, daí o facto de se tratar de um produto mais caro em termos de mercado.
Dentro da Renova de Torres Novas, junto à fabrica 1, a nascente do rio Almonda tem ligação com a fábrica 2, de transformação atual. Os relatórios dos impactes ambientais apresentados, demonstram que, em questões éticas e de sustentabilidade, esta indústria não traz impactes negativos no efluente que desagua no rio. Na produção do papel, ao serem utilizadas fibras virgens de origem vegetal, no processo de extração de celulose, é necessário a aplicação de hidróxido de sódio e sulfureto de sódio, que dissolvem a lenhina e libertam a celulose, formando uma polpa de maior qualidade. No processo de branqueamento comum, é necessário remover da polpa celulósica, impurezas de lenhina que lhe conferem tonalidade escura. Ao ser utilizado o dióxido de cloro em vez do cloro, contribui ainda para a formação de dioxinas. Na Renova, à semelhança dos países da Europa, pelo processo TotallyChlorine Free, é utilizado oxigénio, peróxido de hidrogénio e ozono em vez de compostos cloretados, não ocorrendo a produção de dioxinas neste processo, o que é bom em termos ambientais.
O papel é um material biodegradável e orgânico, que leva 3 a 6 meses para se decompor caso se encontre em aterros sanitários. Uma vez recolhido em ecopontos, é enviado para o processo de triagem, para determinar se está qualificado ou não para a reciclagem. A cada 50 Kg de papel usado, transformado em papel novo, evita que uma árvore seja cortada.
A produção de papel, é uma atividade industrial que exige elevados consumos de energia e água. Se o efluente não for adequadamente tratado, pode trazer impactes negativos nos diversos cursos de água. Acresce ainda, a grande toxicidade inerente ao processo de branqueamento.
Uma cidade que tenha um sistema de tratamento de esgotos e se o papel for fino, macio de folha simples ou dupla, pode ser colocado na sanita se for constituído por fibras biodegradáveis. Este comportamento é mais prático, mais higiénico e mais sustentável porque o efluente ao ser tratado numa ETAR, resultam por decantação, lamas primárias e secundárias, com destino ao aterro sanitário, demorando o papel apenas 4 meses para se desintegrar.
A depuração de águas residuais na ETARI (Estação de Tratamento de Águas Residuais Industriais) da Renova, tem sido uma das soluções aplicadas de forma a reduzir a poluição do rio Almonda. Do efluente são retiradas as lamas, que se acumulam no fundo do gigantesco tanque, permitido a filtragem do efluente. Finalmente com o tratamento terciário a água residual é sujeita a tratamentos físico-químicos que conduzem á remoção de nutrientes, poluentes específicos, e bactérias e sólidos suspensos de modo que as características finais do efluente tratado estejam de acordo com os parâmetros desejados.
De acordo informação das guias, Ana Luísa Ferreira e Fátima Faria, em visita de estudo em turmas do 8º Ano, a Renova está preocupada com a sustentabilidade, situação comprovada, por um lado pelo funcionamento da ETARI, por outro pela reciclagem de papel que utiliza no fabrico da pasta, evitando o abate de árvores.
Ficam as questões: Serão então suficientes estas ações, para se afirmar que a fábrica Renova está preocupado com o ambiente? Será o efluente sujeito ao tratamento terciário completo, de forma a remover os metais pesados resultantes das tintas utilizadas quer na produção, quer na reciclagem? Ou ainda: por que razão ainda não foi implementada uma fitoETAR devidamente funcional, com interligação do efluente da ETARI ao rio Almonda? A criação de leitos onde se desenvolvam raízes de macrófitos e comunidades microbianas autodepuradoras, que degradem a matéria orgânica da água residual, assimilando ao mesmo tempo os nutrientes nela existente,torna-se cada vez mais necessário. Difundir a utilização de tecnologias de baixo custo na construção/manutenção destes sistemas que garantam eficiências de tratamento adequadas e que preservam os recursos hídricos do nosso país.
O aumento da informação e consciencialização ambiental, bem como a responsabilização das administrações municipais e comunitárias são aspetos importantes para a mudança de atitude e comportamentos individuais, em termos ecológicos.
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