Apostando em medidas de desenvolvimento sustentável para a cidade, a Câmara Municipal de Braga decidiu criar um projeto de arborização do Monte do Picoto, visando a criação de um Parque Urbano de Floresta Autóctone. Esta ação tem por base a eliminação de espécies invasoras (como o eucalipto) e a criação de um espaço de lazer, numa adaptação do território às alterações climáticas. Contribuindo para o desenvolvimento sustentável, a autarquia continuará também a requalificação de um espaço aprazível e de localização privilegiada na cidade.
A cidade também ficou marcada pelo dia 15 de outubro de 2017 como um dia «infernal», tendo sido considerado “o pior dia do ano em termos de incêndios florestais” por Patrícia Gaspar, a porta-voz da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), em que, em apenas 24 horas, a área ardida neste concelho chegou aos mil hectares. Este dia obrigou a que toda a gente repensasse a floresta e a cidade.
Este momento foi o ponto de ignição deste vasto projeto que promete mudar a relação entre a cidade e a floresta. Sendo a escola o lugar de excelência para os jovens assumirem o seu papel de cidadão do século XXI que, intervindo na sua região, procura resoluções para problemas mais globais, alunos e professores da EB 2,3 André Soares, a convite do Eco-Escolas, decidiram intervir.
Nasceu então, no ano letivo 2017/18, o projeto «Árvores para o Futuro», cujo objetivo final era ajudar a reflorestação da área ardida da cidade. Iniciou-se pela sementeira em vasos nas aulas de OC (Oferta Complementar) em articulação com as disciplinas de Ciências Naturais, Português e a Biblioteca Escolar.
Foi necessário esperar que as árvores atingissem a robustez suficiente para o transplante, bem como certificarem-se de que este seria realizado na época ideal. A equipa do Eco-escolas, no âmbito do tema Florestas, e em parceria com a Câmara Municipal de Braga (departamento do ambiente), ajudou a selecionar o espaço a arborizar – sopé do monte picoto, que faz parte da área envolvente da escola.
Para finalizar o projeto, as turmas 9ºF e 9ºG deslocaram-se ao local, no dia 23 de janeiro, para proceder, então, ao transplante, para o solo, de exemplares de espécies autóctones: sobreiro, carvalho, azevinho, medronheiro.Espécies estas que constituem uma mais valia na melhoria da composição da floresta portuguesa, pois não só são mais resistentes às alterações climáticas, como também aos incêndios florestais.
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