Resíduos orgânicos? Agora é no contentor castanho!

O novo ano trouxe uma novidade para a gestão de resíduos: o balde castanho. A partir de 2024, todos os municípios são obrigados a disponibilizar a recolha de resíduos orgânicos, para que as famílias possam fazer a sua separação. É já o caso de Guimarães, Almada, Sintra e Loures, onde as pessoas se podem inscrever para receber a visita de um monitor, que entrega o contentor e sensibiliza para as boas práticas da separação orgânica.

Desde 2020 que Portugal se tem preparado para uma nova recolha seletiva de resíduos obrigatória: a recolha de resíduos orgânicos. O prazo para a preparação dos municípios para a recolha, e o início da obrigatoriedade desta, terminou a 1 de janeiro de 2024, sendo que alguns deles, como o de Sintra, Guimarães e Loures, são já um exemplo de implementação desta nova medida.

Mas o que são afinal resíduos orgânicos? Segundo o artigo do site Recicla, resíduos orgânicos, biorresíduos ou resíduos biodegradáveis são resíduos como as folhas secas, o que sobra da poda de árvores, de arbustos e relva, assim como cascas de frutas, de legumes e alguns outros restos de comida, comuns nas cozinhas de todos os portugueses. Estes resíduos, que tiveram até 2020 como destino o caixote de resíduos indiferenciados (lixo comum), podem agora ser separados em casa num balde castanho, juntando-se ao embalão, papelão e vidrão, a que já estamos habituados.

Em Sintra e Loures, o projeto está apenas implementado em algumas urbanizações. O serviço, à semelhança do que acontece em outros municípios, está disponível a todos os cidadãos membros das mesmas, sendo que para tal basta dirigirem-se ao site da SIMAR de Loures e Odivelas ou ao site do SMAS Sintra e fazerem o cadastro. Depois desse passo, a pessoa é contactada por monitores para agendar a entrega do balde de 7L castanho, o novo “melhor amigo” da gestão de resíduos na cozinha de casa. No ato de entrega, o monitor sensibiliza também a pessoa para os cuidados que deve ter, e para a separação correta dos resíduos que devem de facto ir para o balde. Segundo a SIMAR de Loures e Odivelas, a recolha pode variar entre recolha porta-a-porta e recolha por proximidade, e tem como destino final um processo de compostagem industrial, para que os resíduos se transformem num composto 100% natural e apto a ser usado para enriquecer solos agrícolas, por exemplo.

Em Almada, os residentes são incentivados a gerir os seus resíduos orgânicos através do projeto “Almada, vamos Compostar”. O projeto oferece às pessoas a opção de criarem o seu próprio composto fertilizante, através do processo de compostagem que pode ser feito tanto num compostor em casa, oferecido pela Câmara de Almada, como num das 5 ilhas de compostagem comunitárias espalhadas por Almada. Ao fazer o registo no site, o município assegura uma formação inicial dos membros, o acompanhamento dos processos de compostagem e ainda um manual de compostagem, disponível online para qualquer pessoa que queira iniciar esta separação e valorização.

Compostores comunitários do Parque da Juventude em Almada.

Guimarães levou a ideia um pouco mais longe. Não só a recolha está já implementada em grande parte do município, como segundo o Jornal de Notícias, também implementaram uma nova tarifa para a recolha orgânica e a recolha de indiferenciados. A partir do início deste ano, todos os residentes em Guimarães passaram a pagar mais pela deposição dos resíduos indiferenciados, o que incentiva à separação dos resíduos orgânicos para que as famílias tenham uma conta menor a pagar no final do mês. Para além disso, quem separar entre 12 e 16 sacos de resíduos orgânicos por mês terá a possibilidade de receber um reembolso de 50% da tarifa.

A separação orgânica não é nova para algumas pessoas. Na área de restauração, a separação dos restos de comida era já usual em muitos deles, e passará agora também a ser uma obrigatoriedade, uma vez que a legislação de 2020 não se aplica somente à recolha doméstica, mas também aos restaurantes e outras infraestruturas semelhantes.

André Manteigas