O “Trancão”, outrora “Rio de Sacavém”, tem uma extensão aproximada de 29 quilómetros. Tem a sua nascente na localidade da Póvoa da Galega, freguesia de Milharado (concelho de Mafra), atravessa a freguesia de Venda do Pinheiro e entra no concelho de Loures pela freguesia de Bucelas. Perto da sua foz, no rio Tejo, também pode ser designado por “Ribeira de Sacavém” ou “Vala de Sacavém” e é ali que divide as freguesias de Sacavém e Bobadela.
A partir de meados do século XX, o rio Trancão tornou-se célebre pelas descargas poluentes efetuadas por fábricas existentes nas suas proximidades e que fizeram dele um rio mortiço e de odor característico e nauseabundo, levando-o a ser conhecido como um dos rios mais poluídos da Europa e o mais poluído do país. A poluição a que foi sujeita decorria principalmente da indústria agropecuária e metalomecânica localizadas a montante, nos conselhos de Loures e Mafra, através de descargas ilegais no rio.
Na sequência do projeto da “ EXPO’98”, foi contemplada a sua completa despoluição, processo que se tem vindo a verificar desde então e que passou, nomeadamente, pela construção de uma Estação de Tratamento de Águas Residuais (ETAR) em Frielas, sendo que a metodologia ali usada é ainda hoje considerada um modelo a seguir na despoluição de linhas de água.
Contudo, num passado recente, continuavam a existir queixas por parte da Junta de Freguesia de Bucelas, que se dizia afetada pela poluição proveniente de descargas ilegais, porque, aparentemente, os casos de poluição nunca chegaram a ser resolvidos nas fábricas da região de Mafra.
De acordo com informação da agência Lusa, veiculada pelo Diário de Notícias, o secretário de Estado do Ambiente, Carlos Martins, e o presidente da Câmara Municipal de Loures, Bernardino Soares, anunciaram no passado dia 8 de fevereiro, a remodelação dos intercetores da rede de esgotos de algumas localidades perto do rio, sendo que esta remodelação irá permitir ligar as águas residuais à ETAR de Frielas e de Beirolas (esta última já no concelho de Lisboa), aliviando desta forma a poluição do rio Trancão. Segundo Bernardino Soares, “o Trancão hoje já não representa o problema que representou durante décadas. No entanto, é uma mais-valia que queremos potenciar e tornar esta zona ainda mais apetecível”.
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