Grandes gastos de energia, elevada quantidade de plásticos produzidos e desperdício de alimentos, são alguns dos aspetos que a organização do RiR sempre tentou superar. No contexto atual, com a guerra e a pandemia ainda muito presentes, a situação agravou-se e a preocupação com a sustentabilidade está mais presente do que nunca.
A norma ISO 20121, atribuída globalmente pela APCER, continua a ser uma prioridade da organização. Esta certificação de “evento mais sustentável” visa identificar, reduzir e eliminar os impactos potencialmente negativos do RiR, avaliando a produção de resíduos, desperdício de materiais, consumo de água e energia, garantindo ainda a maximização dos impactos positivos do evento, tais como benefícios comunitários e económicos.
O caminho pela sustentabilidade continua
A sustentabilidade sempre foi uma preocupação da organização que ao longo do tempo tem vindo a criar estratégias de atuação cada vez mais ligadas à sustentabilidade ambiental. Segundo Roberta Medina, vice-presidente do RiR 2022, “o pilar social e económico vinham garantidos desde a primeira edição do RiR, em 1985”. Anos depois, em 2006, o pilar ambiental começou a ter um grande desenvolvimento e as emissões do festival com a sua progressão, começaram a ser compensadas, o que “levou à necessidade de que toda a equipa, obrigatoriamente, documentasse e criasse processos para tudo o que acontecesse no recinto”, explica a vice-presidente do RiR.
Alinhado com as ambiciosas metas estabelecidas na Agenda 2030, o Plano de Sustentabilidade do festival prevê a implementação de ações enquadradas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável como 0% de resíduo em aterro; zero desperdício alimentar; 100% plural, inclusivo e acessível; 100% de segurança e bem-estar para todos; envolvimento de todos os parceiros na nossa política de sustentabilidade; e formação de 100 mil pessoas.
Recorrendo a diversos parceiros, já estão em implementação iniciativas estabelecidas no Plano que visam colmatar problemas como o desperdício de materiais e consumo excessivo de recursos (água e energia), conta Roberta Medina, vice-presidente do evento. “Para adotar este certificado começamos por tentar diminuir todos estes problemas e adquirimos parceiros internos dentro da própria equipa e quando atingimos um nível inicial robusto, entendemos que estávamos preparados para ter o certificado do ISO 20121″, explica.
Eliminar a embalagem primária, promover o consumo de alimentos sazonais e locais quer dos festivaleiros quer das equipas que trabalham no RiR, e ainda melhorar a acessibilidade dentro do recinto, são algumas das preocupações.
A sustentabilidade toca a todos
Todos os parceiros nas edições do festival tiveram de respeitar e cumprir a política de sustentabilidade do festival. A brand manager Luísa Bragança, representante da marca Fula, afirma que “são super rigorosos, a cada passo que nós damos tem que ser aprovado pela sustentabilidade”. Uma medida adotada por todos os stands relacionados à área da alimentação, foram os copos reutilizáveis “apesar das pessoas ao início estranharem realmente comprar um copo e reutilizá-lo, foi uma ideia fantástica para reduzir os plásticos e o seu consumo”, conta Rui Silva, gerente do stand da J&B. Para além disso, o desperdício alimentar é mais uma questão que se põe em causa pela organização “realmente senti essa preocupação por parte do Rock in Rio, pediram-nos e nós também temos em conta a quantidade normal para que não haja exageros e desperdício alimentar”, conta Mauro Guerra do Mister Pig.
O esforço da organização do RiR em fazer cumprir o slogan “Por um Mundo Melhor” através da adoção de medidas concretas e visíveis, é um ponto forte apontado pela maioria dos festivaleiros. Quando questionados sobre a adoção de medidas de sustentabilidade no recinto do festival, 84,2% dos inquiridos refere que considera percetíveis e muito positivas as medidas adotadas no RiR, sobretudo a política de uso de copos reutilizáveis, o incentivo à utilização de bebedouros e o recurso a voluntários, nomeadamente para recolha do lixo. Ainda assim, 15,8% afirmou que a organização não está a adotar quaisquer medidas e que a comunicação falhou. Este inquérito foi realizado a 53 festivaleiros, 58,8% mulheres e 41,2% homens, sobretudo das faixas etárias compreendidas entre os 18 e 25 anos e os 25 e 50 anos. A maioria dos inquiridos, 71,7%, esteve no evento pela primeira vez.
Para além de todas as suas vertentes, como por exemplo, a diversão e o lazer, o RiR preocupa-se em criar um ambiente de harmonia, inclusividade e sustentabilidade, aspetos cada vez mais valorizados pelos festivaleiros.
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