Sete Fontes: Para um Futuro Melhor!

As Sete Fontes localizam-se na freguesia de São Victor, cidade e concelho de Braga, distrito de mesmo nome, em Portugal. Constituem-se num antigo sistema de abastecimento de água à cidade. Sendo o Complexo das Sete Fontes, considerado um complexo eco-monumental da cidade de Braga, lembrei-me de fazer um artigo sobre o mesmo. Para isso e com a ajuda da professora, marquei uma entrevista com o presidente da junta de freguesia de S. Vitor, Braga, assim como uma visita às Sete Fontes. O Município de Braga e a Junta de Freguesia de S. Victor organizam frequentemente visitas às Sete Fontes. Este sistema hidráulico, cujas origens deverão recuar ao período romano, são o mais relevante testemunho do abastecimento de água à cidade de Braga entre o século XV e o início do século XX. O atual complexo é resultado das intervenções do Arcebispo D. José de Bragança entre 1744 e 1752.

Como já sabemos, a água é um bem muito importante, e a quantidade dela que é desperdiçada, atinge altos valores. Em Braga, existe o complexo das Sete Fontes, antes utilizado quase como “sistema de canalização”. Agora, este não passa de uma atração turística, sem qualquer exemplo de sustentabilidade ambiental.

Antigamente, não havia canalização, logo, houve a necessidade de arranjar um engenho para guiar a água até ao centro da cidade, no fundo, uma espécie de sistema de canalização. Assim, chegaram à conclusão de que nas atuais Sete Fontes, se encontrava o sítio com mais condições favoráveis à construção deste engenho. Feito de pedra, este sistema “conduzia” a água até a uma “caixa geral das águas”, que depois a distribuía pelos chafarizes da cidade. Assim, “nasceram” as Sete Fontes, que conduziam a água até aos chafarizes, onde a população se abastecia deste líquido precioso para o seu dia-a-dia.

1.Mina

O complexo das Sete Fontes é constituído, literalmente, por sete fontes, dando estas origem ao seu nome. Quatro delas denominam-se “Mães d’Água”, apresentando uma forma cilíndrica com tetos em abóbada e feitas de pedra aparelhada. As restantes são minas abertas em pedra, também de pedra aparelhada, com várias condutas e galerias. Há também espaço para duas estruturas cilíndricas denominadas de Respiros. A conduta principal surge na primeira Mãe d’Água e “segue caminho” com as águas das demais Mães d’Água e minas, até ao “Areal”, zona onde se encontrava aquela que era a última fonte do complexo, e que fora destruída recentemente para o sector da construção e da habitação. Fora do complexo o canal prosseguia pela Rua do Areal até ao actual Largo de São Francisco, onde havia uma outra Mãe d’Água que distribuía a água pela cidade (chafarizes).

2.Mãe D’Água

Quando os “modernos” sistemas de canalização chegaram a Braga, há quase 100 anos, as sete Fontes deixaram de ser úteis. Mas, a água continuava a lá circular, e então, decidiu-se privatizar aquele sistema, vendendo os direitos da água a propriedades privadas.

Acontece que hoje existem proprietários dos direitos das águas, que nem sequer sabem que o são. Por isso, a Junta de Freguesia de S.Vítor, localidade onde se encontram as Sete Fontes, tem vindo, cada vez mais, a sensibilizar as populações e os proprietários dos direitos das águas, de que estas têm de voltar a ser públicas.

3.Respiro

A verdade é que, em 1939, estimava-se que aquele sistema de água debitasse 500.000 litros de água por dia. Por isso, segundo investigadores da Universidade do Minho, se hoje em dia os maciços de água continuarem em bom estado, ou seja, continuando a debitar elevadas quantidades de água, esta pode ser aproveitada para a produção de energia.

Quando entrevistado, o presidente da junta de freguesia de S. Vítor, confessou ainda não ter avançado com um projeto ambiental deste género, que visasse o aproveitamento energético destas águas, mas, a boa notícia é que este se comprometeu a fazê-lo num futuro próximo. Por isso, salienta-se a importância deste bem, a água, e das suas diversificadas utilizações, para que, com a sua ajuda, tenhamos um futuro melhor!