Na escola Secundária Filipa de Vilhena, durante o ano letivo 2020/2021, surgiu a iniciativa, já presente noutras escolas, de instalar um compostor na escola (Fig. 1), com o objetivo de integrar a compostagem na comunidade educativa.
Efetivamente, esta ideia, de uma aluna do 10º ano, surgiu como forma de diminuir os resíduos alimentares da cantina escolar. A referida aluna já estava familiarizada com esta prática, visto que era desempenhada na sua antiga escola. Assim, com a ajuda da professora de Biologia e Geologia, o interesse foi comunicado aos coordenadores do programa Eco-Escolas. Este programa está focado na Educação Ambiental e no Desenvolvimento Sustentável no contexto escola e os seus coordenadores apoiaram de imediato esta iniciativa e disponibilizaram-se para dar o seu contributo com vista à sua implementação.
De seguida, ocorreu uma sessão de formação acerca do tema, para os envolvidos e interessados, onde foi explicado todo o processo de preparação da compostagem. Esta reunião online, com cerca de 30 participantes, foi dinamizada, a pedido da escola, pela entidade gestora de resíduos Lipor, fazendo parte do seu projeto “Compostagem caseira”, presente desde 2008, e orientada para a compostagem familiar e escolar.
Numa abordagem sucinta, a compostagem consiste na degradação da matéria orgânica, como cascas de fruta ou produtos de podas, com a ajuda de diversos organismos chamados decompositores (minhocas, bichos da conta, caracóis, fungos e bactérias), obtendo-se, assim, um substrato orgânico e natural rico em nutrientes (composto) que pode ser usado como adubo (1).
Para o processo da compostagem, inevitavelmente, é necessário um espaço próprio para colocar todos os materiais, ou seja, um compostor. Felizmente, a Lipor, como parte do seu projeto, oferece compostores às famílias ou, no caso, às escolas que estejam interessadas em fazer compostagem, desde que cumpram certos requisitos (2). Após a entrega do dito compostor, foram convidadas duas turmas da escola a participar na sua instalação e preparação. Em primeiro lugar, colocou-se uma camada de ramos secos (Fig. 2) para evitar o entupimento da base perfurada. Em segundo lugar, uma cama de matéria seca e rica em carbono (Fig. 3).
Em terceiro lugar, uma camada húmida rica em azoto (Fig. 4). De seguida, colocou-se, novamente, camadas de “castanhos” (rico em carbono) e “verdes” (rico em azoto) até encher o compostor, terminando sempre com matéria seca para não atrair insetos, nomeadamente a mosca da fruta. Por enquanto
, usaram-se materiais provenientes da cantina escolar, mas tenciona-se, no futuro, incluir os resíduos trazidos de casa pelos alunos, como modo a educar e sensibilizar a comunidade.
Esta prática é importante porque contribui para o bem-estar geral do planeta, ao devolver a matéria “à sua origem” e ao evitar que os resíduos alimentares acabem no lixo comum, reduzindo, consequentemente, a contaminação dos solos. Adicionalmente, obtém-se um bom fertilizante orgânico que pode ser aproveitado para nutrir plantas (2).
De facto, com o apoio da comunidade escolar e da Lipor (Fig. 5.), conseguiu-se realizar este projeto com sucesso e espera-se continuar a praticar a compostagem na escola de modo a educar os jovens para a questão ambiental, sendo este, certamente, um importante passo no percurso sustentável Escola Secundária Filipa de Vilhena.
(1) https://www.lipor.pt/pt/sensibilizar/compostagem-caseira-e-comunitaria/a-compostagem-2/, acedido em 31 de maio.
(2) https://www.lipor.pt/pt/sensibilizar/compostagem-caseira-e-comunitaria/inscricoes-compostagem-caseira/, acedido em 31 de maio.
You must be logged in to post a comment.