Pinhal do Rei ganha nova vida

Em Portugal o ano de 2017 foi o pior quanto a incêndios florestais, e o mais trágico quanto ao número de mortos desde que há registo, mais de 100 mortos e cerca de 500 mil hectares de área ardida. Só no incêndio de Pedrogão Grande que deflagrou a 17 de junho, 64 pessoas perderam a vida. Metade da área ardida resultou dos incêndios de outubro que deflagraram no dia 15 no centro e norte do país. Coimbra foi dos distritos mais afetados pelas chamas. Em termos das manchas florestais atingidas podemos destacar o Pinhal de Leiria que ficou reduzido a cerca de 20% da sua extensão. Hoje, depois da destruição de 80% do Pinhal de Leiria, o Pinhal continua “vivo”.

Pinhal do Rei

Com a chegada da primavera, as urzes, as abróteas e o rosmaninho começam a encher de vida e de cor a paisagem do Pinhal. Mas também estão presentes espécies invasoras, como a Acácia Longifolia, talvez a mais conhecida antes do fogo, por ocupar grandes extensões quer nas margens do ribeiro, quer nas dunas, ou mesmo em zonas mais interiores do Pinhal. Para além do facto de que um só exemplar desta espécie produz milhares de sementes, a germinação destas sementes é estimulada pelo fogo.

 

As acácias estão a ocupar rapidamente todas as clareiras do pinhal. Esta espécie é potencialmente perigosa para um novo incêndio. Também o eucalipto, oficialmente ainda não classificado como invasor, se vai instalando no terreno.

Pinhal do Rei

Grupos de Voluntários e o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) já plantaram cerca de 500 mil árvores de diversas espécies florestais como pinheiros, sobreiros, choupos, castanheiros, carvalhos, faias e plátanos. Mas cerca de dois terços da área do Pinhal será reflorestada através de regeneração natural.