Turismo sustentável ao longo do rio Ceira

A maioria das zonas rurais não têm muitas ofertas de emprego e um meio envolvente muito atrativo, obtendo grande parte do seu lucro através da atividade turística e Góis não é exceção. Mas como todos os outros negócios, este também possui os seus problemas.

No concelho de Góis, um dos principais desafios enfrentados é a predominância da monocultura, especialmente o cultivo de Eucalipto (Eucalyptus spp.). Esta espécie acaba por ser mais atrativa para a indústria vegetal devido ao seu ciclo de crescimento rápido, que leva menos de 12 anos para atingir o seu crescimento máximo e, consequentemente, gerar mais lucro em comparação com o cultivo do Pinheiro (Pinus spp.). Isso resulta na monocultura do Eucalipto na região, o que por sua vez leva à depleção dos solos e a um desequilíbrio nos ecossistemas locais.

Este fator beneficia a propagação dos incêndios, que para além de ser um grande problema para esta região, torna-a menos atrativa para investimentos e residência. Outro desafio para os proprietários deste tipo de empresas é a sazonalidade com que operam, sendo que o Verão é muito mais rentável que o Inverno, devido às condições climáticas e ao aumento do fluxo turístico, especialmente nas atividades realizadas no rio Ceira como canoagem, paintball e tiro ao alvo.

Em Góis existe uma empresa turística com estas características, a TransSerrano, fundada por Paulo Silva, em 1999. Esta empresa emprega 14 pessoas fixas contando também com a colaboração de alguns freelancers, que não trabalhando exclusivamente com esta empresa, conseguem corresponder à grande procura destes serviços, especialmente nas estações mais quentes.

Estas atividades são sazonais, o que obriga as empresas a modificar a forma como trabalham. No caso da TransSerrano esta modificação passa por um investimento no alojamento local e numa agência de viagens, de forma a manter o lucro todo o ano. Isto, para além de beneficiar a própria empresa, acaba indiretamente, por beneficiar a região, através da criação de mais postos de trabalho e estimulando o desenvolvimento económico local.

Quanto ao futuro, o empresário Paulo Silva expressou sua intenção de expandir as operações da TransSerrano para outras localidades, assim como oferecer uma gama mais ampla de serviços para os seus clientes e o público em geral, mantendo assim uma visão de crescimento e sustentabilidade para o negócio.

Bárbara Martins, Mariana Martín, Melania Ukrayintseva, Sara Loureiro