Veterinário, um médico e muito mais

A Clínica Veterinária do Jardim Zoológico de Lisboa é conceituada a nível europeu, quer pelos projetos de investigação ou pelos tratamentos personalizados. Um dos veterinários residentes, revelou a dificuldade de tratar animais selvagens.

As dificuldades de tratar os selvagens

Rui Bernardino, trabalha há 11 anos no Zoo, é um dos três médicos veterinários no centro hospitalar e comenta: “É uma frustração, o facto de querermos acompanhar os animais após as cirurgias e não ser possível devido aos aspetos sociais de cada espécie, pois podem ser rejeitados quando expostos a um longo período afastados dos outros membros.”

Por exemplo um leão, quando está muito tempo afastado do seu grupo, sendo o macho dominante, pode perder a importância no ninho, isto é, outro leão substituirá o lugar do paciente. Este tipo de acontecimento desaponta o médico.

Acrescenta ainda a dificuldade em diagnosticar algumas doenças, em determinados animais, já que no seu habitat natural têm de se mostrar vigorosos perante o grupo e os predadores, pois devem lutar pela sua sobrevivência.

Excecionalmente, os tratadores treinam os animais para receberem tratamento médico. Já que por vezes é complicado transportá-los, examiná-los e medicá-los.

As instalações

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Fármacos básicos na sala central;

Fora da clinica existe uma superfície desinfetante de maneira a que os veículos, que transportam as espécies, percam o máximo de agentes patogénicos, antes de entrarem, de forma a evitar infeções e recaídas nos animais que se encontram em recobro na enfermaria.

A arquitetura da clinica divide-se numa parte interior e outra exterior. Nas instalações da parte interna está integrada a sala central ou de tratamento, onde se realizam os procedimentos básicos. Esta divisão dá acesso à farmácia, onde são armazenados todos os medicamentos, assim como outros materiais de intervenção. A carabina, a pistola de compressão e o bastão com seringa são exemplos de instrumentos usados para aplicação dos fármacos tranquilizantes. Outra divisão pertencente à sala de tratamento é a imagiologia, local onde se realizam, por exemplo, os raios X, e por isso as paredes são cobertas de bário e chumbo. Sempre que os animais de grande porte necessitam de exames complementares são levados a outras clinicas com capacidades para os receber. No laboratório, muito bem equipado, examina-se o sangue e procede-se à inseminação artificial, de forma a garantir a variabilidade genética entre Jardins Zoológicos. Neste estabelecimento existe ainda a sala de cirurgia.

No exterior, encontra-se a enfermaria. Esta divide-se em salas para os diferentes grupos de animais: Primatas, Aves, Répteis e Carnívoros.

Nestas instalações encontram-se as gaiolas de compressão, que ajudam a imobilizar o animal, pressionando-o contra uma das paredes de forma a que os veterinários consigam administrar a medicação. Estas servem também como instalação após os procedimentos cirúrgicos.

Este espaço é fundamental ao bom funcionamento do Jardim Zoológico, dado que assegura a saúde e os bem-estar de todas as espécies.

Daniela Gonçalves, Diana Azevedo, José Loureiro, Mariana Rodrigues, Marta Branco, Rafael Almeida