Uma praia é, habitualmente, sinónimo de sol, férias, diversão e areia. Mas será assim tão simples? Para a WWF, em Portugal, os microplásticos (plásticos <5 mm) predominam nas areias das praias, representando 72% do lixo encontrado em zonas industriais e de estuários! Pela sua dimensão e forma semelhante a grãos de areia não é fácil identificar este problema.
Todos os anos, uma parte muito significativa dos plásticos da indústria e dos consumidores são libertados no ambiente, estimando-se que cerca de 10% dos plásticos produzidos terminem nos oceanos e mares. Uma pequena parte acaba nas praias. Um olhar mais atento leva-nos a considerar estar na presença de um Macroproblema à escala planetária.
Para contribuir para a compreensão da dimensão deste problema, recorreu-se a uma amostragem visando a caracterização da quantidade e tipo de microplásticos existentes nos locais em estudo.
Em menos de um século de existência os detritos de plástico já representam cerca de 60 a 80% do lixo marinho dependendo da localização.
Nos oceanos e nas praias, os microplásticos são facilmente confundidos com alimento devido ao seu tamanho. A sua ingestão constitui uma ameaça de longo termo para os organismos marinhos, não só pela possível obstrução mecânica do aparelho digestivo mas também pelos efeitos tóxicos dos POP (poluentes orgânicos persistentes) presentes nos microplásticos.
Em apenas 1 m2 de área foi possível encontrar cerca de 1400 pedaços de esferovite na Praia da Cova do Vapor, e cerca de 200 pellets e fragmentos vários. Ao pensar na dimensão das praias este problema atinge uma dimensão inimaginável. A prevenção na origem é um aspeto crucial para se enfrentar o desafio da poluição causada pelo plástico. É certo que este problema pode ser combatido através de regulamentações e legislação. Mas todos podemos e devemos ser parte da solução, nas nossas escolhas diárias. Faça a sua parte, são as microações que resolvem este macroproblema.
Trabalho realizado por Andreia Gonçalves, Catarina Cruz e Filipa Tojal
Colégio Valsassina
Agradecimentos
Às investigadoras Dr.ª Clara Lopes e Dr.ª Joana Raimundo do IPMA pela disponibilidade, orientação e oportunidade de podermos trabalhar com especialistas na matéria.
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