Omphalodes kunzinskyanae, um “umbigo” raro em extinção no Parque Natural Sintra-Cascais

IMG_15631

O corredor que vai do Farol da Guia, em Cascais, ao Cabo da Roca, no concelho de Sintra,esconde um segredo da botânica. Aí fica o reduto sagrado da Omphalodes kunzinskyanae, mais conhecido por miosótis-das-praias, uma planta da classe das angiospérmicas (plantas com flor), endémica a esta região.

Trata-se de uma espécie de semente oca, que tem a forma de umbigo e uma cobertura peluda enrolada.” Do aspecto desta semente, libertada pela planta, é que surgiu o nome de “Omphalodes”,
que significa umbigo em latim. O botânico que primeiro descreveu o género para a comunidade científica (Miller, durante o século XVIII), viu no formato invulgar do fruto a forma de um umbigo. Kuzinskyanae provem de Kuzinsky, botânico polaco que visitou o nosso país em companhia de Willkomm, o naturalista alemão que descobriu esta espécie em 1889.
É uma espécie rara, quer no número de indivíduos, quer na distribuição geográfica, como também nos habitats onde vive. É por isso que todos os esforços são importantes para a conservação desta espécie.
Vários acordos internacionais para conservação da biodiversidade, assinados por Portugal, conferem-lhe o máximo estatuto de protecção, entre os quais a Convenção de Berna e a Directiva Comunitária para a Conservação dos Habitats e da Diversidade Biológica.
Esta espécie endémica, devido ao seu estado vulnerável é alvo da “Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN” e “Plano Nacional de Conservação de Flora em Perigo”, tratando-se de uma espécie prioritária em termos de conservação, estatuto definido por lei. Vários acordos internacionais para a conservação da biodiversidade assinados por Portugal conferem-lhe também o máximo estatuto de proteção. Apesar de o número de locais de fixação ainda não estar completamente definido, afirma-se a diminuição de indivíduos capazes de se reproduzirem, apontando-se como principais causas a urbanização, e como já referido anteriormente, incêndios e espécies invasoras. A população atual da espécie é constituída por cerca de 40.000 a 50.000 indivíduos, valor que apresenta tendência a diminuir.
Atualmente subsistem 9 núcleos populacionais, restritos a uma área de cerca de 5,2 hectares. A tendência populacional é de regressão muito acentuada.

António Carvalho,
Sofia Hemrage, Mariana Moreira. 10º1A. Colégio Valsassina

 

António Carvalho, Sofia Hemrage, Mariana Moreira