As estufas agrícolas são estruturas materiais semitransparentes (normalmente de plástico), postas por cima dos cultivos, não havendo troca de ar entre o interior e o exterior. O objetivo é de absorver o calor do sol, ou seja a radiação solar e mantê-lo no seu interior. Estas intervenções humanas, que regulam as condições climáticas, como o excesso de chuva, criam então condições perfeitas para o cultivo de alimentos em qualquer altura e lugar. Recorre-se ao seu uso para aumentar a produção de alimentos com a prática de agricultura intensiva. A área onde se encontra uma maior plantação de estufas no Alentejo é no concelho de Odemira (o maior concelho de Portugal). Como se verifica nas imagens de satélite, esta implantação de estufas tem se dado junto ao litoral, em pleno Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, regiões, supostamente protegidas, levando em conta o elevado número de espécies de fauna e flora, sido detetado 1200 a 1600 hectares ocupados por estufas. As estufas parecem dar-nos grandes vantagens e parecem apresentar um ótimo instrumento económico, pela rápida produtividade associada, no entanto, trazem com ela várias consequências negativas, sobre tudo ambientais e têm sido alvo de muitas críticas dos resistentes e ambientalistas. Por exemplo, em todos estas estufas é aplicada a agricultura intensiva, onde as pessoas recorrem ao uso de químicos como pesticidas, reguladores de crescimento ou produtos de desinfeção que são depois infiltrados no solo, tornando-a menos fértil a longo prazo, além de contaminarem os lençóis de água freática, prejudicando as futuras gerações. As descargas diretas ou indiretas dos resíduos das estufas no mar podem afetar bastante a fauna e a flora marítima, pondo vários seres em risco de vida. Essa agricultura também exige uma grande quantidade de água, colocando em risco os níveis das barragens do distrito, um problema especialmente grave em anos com pouca chuva. (Segundo a organização Juntos pelo Sudoeste). A instalação de milhares de estufas na terra também afetam a sobrevivência e habitats terrestres e pondo em risco várias espécies. Um exemplo conhecido é dos charcos, que são massas de água que se encontra nas superfícies terrestres. Também visualmente tornam a paisagem descaraterizada, destruindo-se a identidade de um lugar tão bonito e único. Por causa da instalação de centenas quilómetros quadrados de plásticos resulta da degradação da paisagem, influenciando também depois a economia local que depende muito do turismo – comentário da minha vizinha, Maria Francisca Figueira, residente em São Teotónio, que entrevistei em 20.01.2025.
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