No passado, o Parque Tejo foi um aterro – Aterro Sanitário de Beirolas -, tendo depois sido selado e tratado para poder ter outras finalidades. No Aterro de Beirolas, os resíduos sólidos urbanos eram depositados de forma a minimizar os seus impactos ambientais, o que implicou a impermeabilização dos solos, a criação de sistemas de drenagem dos líquidos formados pela desintegração dos resíduos e ainda o tratamento das águas lixiviadas em estações próprias.
A deposição de resíduos sólidos urbanos em Beirolas terminou em finais da década de 1990, tendo-se iniciado, a partir daí, a selagem do mesmo e um processo obrigatório de monitorização da área durante os 30 anos seguintes. A este processo, seguiram-se diversos estudos centrados nos riscos e contaminação do solo e na avaliação das condições de salubridade e segurança do local. Em 2023, pela primeira vez, o Parque Tejo acolheu as Jornadas Mundiais da Juventude (JMJ), que obrigaram à realização de novos estudos geotécnicos e de estabilização do aterro e a intervenções de reabilitação da infraestrutura do Aterro Sanitário de Beirolas para recuperação de condições de segurança no funcionamento do sistema.
Mais recentemente, em 2024, o Parque foi palco do festival Rock in Rio Lisboa que passou a beneficiar, na sua 10.ª edição, de maior área (mais 3 hectares) quando comparada com as edições anteriores, realizadas no Parque da Bela Vista.
O recinto passa agora a ocupar a frente ribeirinha entre a Fábrica de Água de Beirolas e o rio Trancão, com os constrangimentos inerentes associados à circulação rodoviária. Ainda que seja promovida, pela organização do evento, a utilização de diversos transportes públicos, as filas para entrada e saída na estação de comboio (Sacavém), paragens dos shuttles, bem como para a entrada no recinto, revelam que a acessibilidade ao recinto é um aspeto a trabalhar.
A existência de zonas verdes e de sombra insuficientes, é outra das situações a melhorar em futuras edições. O local onde se encontra o altar-palco das JMJ, utilizado para comunicar os valores de um mundo plural e sem barreiras, é um dos poucos locais com sombra existentes no recinto. A criação de mais e melhores espaços verdes, mais vegetação e mais zonas de sombra permanentes, são desafios a ultrapassar nas próximas edições.
A nova localização do Rock in Rio Lisboa, no Parque Tejo, traz novos desafios ao nível da sustentabilidade, em particular no que diz respeito à mobilidade e espaços verdes. Que estratégias adotar para 2026?
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