Resíduos: que solução?

Todos concordamos que a gestão dos resíduos é uma mais-valia para a sociedade atual, por isso temos de lhes dar uma “solução”. Estes representam uma enorme perda de recursos, sob a forma de materiais e de energia. Ora, ao valorizarmos adequadamente os materiais, estaremos a aumentar o seu tempo de vida no circuito de consumo.

Nós, no devido lugar de cidadãos, devemos aplicar a política dos três R’s (Reduzir, reutilizar e reciclar), e, de acordo com esta política, é desejável que, prioritariamente, se reduza a produção de resíduos em casa, na escola e no local de trabalho.

A utilização dos resíduos pode ser “convencional”, em que os produtos são pensados para a sua reutilização posterior, como por exemplo as embalagens, ou “artesanal”, quando são encontrados novos usos para os produtos, como, por exemplo, a utilização dos frascos de vidro para outros fins.

Ao contribuirmos para a reciclagem, estamos posteriormente a: economizar energia; poupar matérias-primas e preservar os recursos naturais; e a reduzir a quantidade de resíduos sólidos urbanos que vão para aterros sanitários, prolongando o seu tempo de vida útil destas mesmas infraestruturas.

Porque devemos reciclar as embalagens?

Para embalagens não reutilizáveis (a maioria), o consumidor da embalagem é informado através do símbolo Ponto Verde marcado na embalagem, de que deverá colocar a embalagem usada num determinado ecoponto para posterior reciclagem. Este sistema é portanto uma forma de promover a recolha seletiva de RSU e de valorizar as embalagens, sendo este processo assegurado pela Sociedade Ponto Verde (SPV), constituída em Novembro de 1996.

Resíduos

Existem vários tipos de resíduos: agrícolas, industriais, perigosos, urbanos

Na parte da agricultura, não há muito aspetos a observar contudo, as práticas agrícolas industriais são essencialmente prejudiciais para o ambiente pois, o uso de herbicidas e de pesticidas limita a biodiversidade desde a simples vida microbiana dos terrenos até à variedade de insetos, plantas, etc.

Mas, por outro ponto de vista, a própria agricultura industrial não é benéfica devido à variedade genética ser muito pequena, enquanto as variedades tradicionais são muito mais resistentes a doenças (doenças das plantas).

Existem também práticas de agricultura biológica que não usam herbicidas e pesticidas, que são práticas que têm a ver com a rotação de culturas e com a simbiose entre as mesmas.

Em relação à indústria há uma diferenciação essencial, cuja envolve os resíduos perigosos e os resíduos não perigosos. De um certo contexto, a própria indústria já tem práticas positivas em relação aos resíduos, encaminhando-os para a reciclagem, o problema é que os resíduos humanos são cada vez mais, e precisariam de uma triagem eficiente, tendo em conta os plásticos, metais, resíduos orgânicos, etc.

No caso dos resíduos perigosos, temos um grande problema, no que toca à reciclagem dos mesmos, porque, embora já haja centros de triagem de tratamento dos resíduos perigosos, o que acaba por ser importante, infelizmente, e apesar de haver obrigação de comunicação dos resíduos perigosos por parte das empresas ao estado, essa informação ainda não está tratada, o que leva a que não haja o conveniente rastreio do que é que está no sistema e fora do mesmo. Portanto, há um problema de gestão dos resíduos perigosos um bocado complicado, nomeadamente porque há tendência de ir pelo caminho mais fácil, que neste caso, é com a incineração nomeadamente em cimenteiras, acabando por ser problemático para as zonas onde existe incineração, porque se o processo não for bem-sucedido (à temperatura ideal da incineração), a produção de toxinas e os próprios metais pesados podem passar para o ambiente, nomeadamente em termos de poluição atmosférica.

Quanto aos resíduos urbanos, apesar de haver imposição, também europeia, que implica que as metas de reciclagem sejam grandes e continuem aumentar, no nosso país as coisas não estão a correr bem nesse aspeto. Embora haja sistemas, que de algum modo, consigam chegar a boas metas de reciclagem, há outros, neste caso, do Porto e de Lisboa, que fazem muito pouca reciclagem, optando essencialmente pela incineração dos resíduos.

Também se pode dizer que o sistema de ecopontos está a chegar a um ponto-limite, pois há um certo limite, em relação à percentagem de resíduos, que se consegue reciclar através dessa técnica, porque muitas pessoas não encaminham os resíduos para os ecopontos, e também, ter-se-á que apostar em novas formas de recolha, como, por exemplo, se fazia antigamente, a recolha de porta a porta, nomeadamente com os resíduos orgânicos, para posteriormente fazer-se compostagem, e com esse adubo orgânico, adubar vinhas, florestas, pomares, por exemplo.

Com este artigo, pretendo alertar as pessoas que devem ter o devido cuidado com os resíduos, pois quando mal tratados, estes podem trazer consequências bastante graves para o nosso ecossistema, inclusive a nossa saúde.