Já é possível “eliminar” o plástico

A maioria dos produtos que consumimos ou usamos diariamente é embalada em plástico, um material concebido para “durar para sempre”, contudo usado em produtos que rapidamente “deitamos fora”. O plástico é um material sintético, feito a partir de polímeros orgânicos que podem ser facilmente moldados devido à sua plasticidade mediante certas condições de temperatura e pressão.

A maioria dos produtos que consumimos ou usamos diariamente é embalada em plástico, um material concebido para “durar para sempre”, contudo usado em produtos que rapidamente “deitamos fora”. O plástico é um material sintético, feito a partir de polímeros orgânicos que podem ser facilmente moldados devido à sua plasticidade mediante certas condições de temperatura e pressão. Posteriormente tornam-se rígidos conforme o uso final pretendido para o material. Esta “mentalidade” descartável é um fenómeno global recente, pois ainda há poucas gerações embalávamos os produtos em embalagens reutilizáveis ou usando materiais recicláveis, como o vidro, o metal e o papel. Neste momento, o seu uso intensivo constitui um problema ambiental devido à quantidade de resíduos que gera anualmente.

Têm sido muitas as ações que têm em vista reduzir o seu uso, mas será que cobrar 0,10€ por um saco de plástico no supermercado que vai reduzir o impacte que este material tem no nosso ambiente? Honestamente, não vai. É preciso mais, é preciso encontrar um polímero com as mesmas funcionalidades que constitua uma alternativa “eco friendly” ao plástico. Na verdade, esse material já existe. Um grupo de alunos do Colégio Valsassina, em parceria com o Instituto Superior Técnico, desenvolveu o projeto de investigação “Quitina injetável”, sobre a quitina e a suas propriedades. A quitina é um polímero natural, o segundo polímero mais abundante da natureza, o que por si só motivou o interesse deste grupo de alunos do 12º ano para a exploração das suas potencialidades. Está presente na parede celular dos fungos, dos crustáceos (camarão, caranguejos, lagostas) e é insolúvel em água, solventes orgânicos, ácidos diluídos e bases.

O facto de este biopolímero ser biodegradável e de adquirir diferentes níveis de plasticidade consoante o resultado pretendido, contribui para que o leque de opções de aplicabilidade deste material se torne ainda maior. Este biocompósito teria utilidade em áreas como o fabrico de adesivos, a nível da construção civil e ainda no que toca à criação dos mais diversos tipos de objetos. Deste modo, o projeto desenvolvido por este grupo de alunos levou à conclusão que este biocompósito pode constituir uma alternativa à utilização intensiva do plástico, permitindo uma gradual redução dos resíduos provocados pela utilização constante de um material que, neste momento, constitui um motivo de preocupação à escala global, tendo em consideração todos os impactos ambientais que provoca.

Margarida Durão, 12º1A