Tema JRA: Água e Mar

Apanha ilegal de amêijoas no Tejo

Apanha ilegal de amêijoas no Tejo

Memória descritiva
Ponta dos Corvos, Seixal. Durante o mês de maio foi possível encontrar dezenas de pessoas a entrar Rio Tejo adentro para apanhar bivalves que são vendidos a comerciantes. Um rendimento familiar extra mas um sério problema de saúde pública, devido à presença de níveis perigosos de toxinas ou de contaminação microbiológica.

De acordo com o Instituto do Mar e da Atmosfera, a apanha de bivalves está proibida no estuário do Tejo, desde o dia 3 de maio. Já perto do final do mês, quando a maré baixa, dezenas de pessoas continuam a entrar pelo rio Tejo, como se pode observar na imagem, tirada na Ponta dos Corvos, no concelho do Seixal. Esta proibição deve-se à “presença de níveis de toxinas ou de contaminação microbiológica acima dos valores regulamentares”.
Pás, sachos, ancinhos, enxadas são alguns dos instrumentos utilizados para retirar da vasa bivalves. Maria, que habita perto deste local, afirma que apanha sobretudo amêijoa-japonesa. Está sempre atenta à chegada das autoridades, pois sabe que a atividade é ilegal. Mas compensa, pois “é um rendimento extra para o orçamento familiar”.
Nas margens há muitos comerciantes que procuram comprar a baixos preços estes bivalves introduzindo-os no mercado para consumo, o que pode levantar problemas a nível de saúde pública.

Apesar de proibido desde 1993, o químico TBT usado em tintas para barcos continua a contaminar o mar. Prova disso, é o aparecimento de fêmeas com características de machos

Apesar de proibido desde 1993, o químico TBT usado em tintas para barcos continua a contaminar o mar. Prova disso, é o aparecimento de fêmeas com características de machos

Memória descritiva

Apesar de proibidas deste 1993, o uso de tintas anti-vegetativas em barcos continua a poluir os ecossistemas marinhos. Estudo realizado entre novembro de 2015 e maio de 2016, na Nazaré, demonstra que há fêmeas de moluscos que possuem características sexuais masculinas. Tornam-se estéreis, pondo em risco o equilíbrio ecológico.

O TBT é um biocida utilizado em tintas antivegetativas, usadas na prevenção da bioincrustação, evitando o aparecimento de organismos nas superfícies onde eram aplicadas
A bioincrustação aumenta a rugosidade do casco provoca uma diminuição da velocidade dos navios, aumento do consumo de combustível e promove a corrosão do casco. As tintas anti-vegetativas são de grande importância pois resolvem estes problemas
Foi desenvolvida uma investigação sobre os níveis de imposexo causados pelo TBT em moluscos da espécie Nassarius Reticulatus na região da Nazaré. Foram recolhidos cerca de 150 exemplares, com uma nassa com isco. Os dados obtidos revelam que em 50 fêmeas analisadas 46 apresentam imposexo, o que sugere que, na região da Nazaré, o TBT está presente em altas concentrações. Quando as fêmeas revelam imposexo tornam-se estéreis o que destina a população ao risco de desaparecimento, pondo em risco toda a cadeia trófica, desequilibrando todo o ecossistema.

Feridas na Paisagem  | Wounds in the landscape

Feridas na Paisagem | Wounds in the landscape

Por planícies a perder de vista salpicadas de sobreiros e azinheiras, com aromas de urze, lavanda e rosmaninho, sente-se a paz, a calma e a serenidade da Natureza. Uma pegada de javali, uma abelha que poliniza uma flor, um veado que desfila ao longe, uma águia que sobrevoa vigilante, o canto do rouxinol e da cotovia transportam o visitante para o paraíso. Ao longe a Serra de Ossa, imponente. Aproximamo-nos e eis que surgem as primeiras feridas na “Mãe Terra” – as pedreiras de mármore. Com o seu equilíbrio tão perturbado a Terra chora e nós sentimos a sua dor – com uma lágrima no olho.

Ruivaco do Oeste de volta ao Rio Sizandro

Ruivaco do Oeste de volta ao Rio Sizandro

No dia 19 de abril ocorreu mais uma libertação de Ruivacos do Oeste (Achondrostoma occidentale), no âmbito de uma conservação ex-situ realizada pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada, Aquário Vasco da Gama e Quercus.
Esta espécie existe à pelo menos 5 milhões de anos, sendo endémica das ribeiras do Oeste. O Ruivaco entrou em perigo de extinção devido à poluição destes cursos de água e proliferação de algumas espécies invasoras, como por exemplo, o lagostim vermelho (Procambarus clarkii).

Foram libertados 1259 peixes que resultaram de 30 peixes capturados em habitat selvagem. Os indivíduos libertados são, na sua maioria, fêmeas, que trazem entre 100 a 200 ovos, esperando que se reproduzam já nesta primavera. Esta espécie utiliza a vegetação ribeirinha para a reprodução, sendo importante a conservação também destes habitats.

Esta ação foi realizada junto da população de Runa, no sentido de a sensibilizar para a conservação desta espécie e das zonas ribeirinhas.