O Cabo da Roca, situado no Parque Natural Sintra-Cascais, é o ponto mais ocidental do Continente Europeu. Com uma ótima paisagem para o Oceano Atlântico, tornou-se um dos mais famosos pontos turísticos não só de Sintra, mas também de Portugal e da Europa.
Por se situar no litoral, as ondas do mar provocam a erosão do terreno, pelo que foram plantados chorões-das-praias. O chorão-das-praias (Carpobrotus edulis), que tem origem na África do Sul, é uma planta que contribui para a fixação dos terrenos, atraindo também a população para a compra para o jardim. Esta espécie tem os caules longos, folhas carnudas e suculentas e raízes muito superficiais, fáceis de remover.
Ao longo do tempo, com a sua rápida reprodução e o facto de não ter predadores, fez com que o crescimento do chorão saísse do controlo humano, desequilibrando o ecossistema da região. Assim, esta espécie tornou-se invasora, passando a ser uma ameaça para as espécies endémicas. Uma destas espécies é o cravo romano (Armeria pseudoarmeria).
Esta espécie apenas encontra-se apenas na região de Sintra e Cascais, sendo rara e demograficamente muito restrita, contribuindo para a sua ameaça. Não são apenas os chorões que influenciam para a sobrevivência dos cravos, mas a sua comercialização e a destruição dos turistas (o facto de ser pisado) também causam impactos muito grandes. Atualmente, a Câmara Municipal de Sintra, junto com a entidade ICNF (Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas) estão a intervir na conservação das espécies autóctones e no controlo das espécies invasoras do Parque Natural de Sintra-Cascais, nomeadamente o chorão-das-praias. Até agora, o melhor controlo sem usar químicos é retirar os chorões à mão.
No início, este trabalho era feito por empresas. Mas com o tempo, estas empresas aperceberam que este trabalho não era lucrativo e, consequentemente, acabaram por parar. Hoje em dia, com a divulgação do projeto nas escolas e o incentivo dos profissionais do ICNF, cada vez mais pessoas participam de forma voluntária na ajuda ao controlo das espécies invasoras, de forma a recuperar as espécies endémicas que estão em vias de extinção.